História

HISTÓRIA DO BOULEDOGUE FRANCÊS

Por Dimitry Alexander van Raamsdonk
Afixo: De La Parure

O Bouledogue Francês desenvolveu-se em meados do século XIX nas redondezas de Paris, na opinião dos Franceses é a única raça “Parisiense”.

No século XIX os talhantes em Paris eram acompanhados por uma raça de bouledogue de médio porte.

Nesta altura era criada uma tipologia de Bulldog Inglês maior no Sul de Inglaterra. Estes cães eram maiores e mais pesados e com características exageradas. Alguns criadores cruzavam estes Bulldogs Ingleses com cães de tipo Terrier.

Estes eram usados nas lutas com touros, nas lutas entre cães e no denominado ratting.

Um grupo de criadores do centro de Inglaterra criou um cão mais pequeno e mais leve ” bouledogue brinquedo” que pesava entre 6 e 12 kg e tinha as orelhas em rosa empinadas sobre a testa com mandíbulas curtas e um toque de carácter dos terriers.

Devido à Revolução Industrial muitas das pequenas lojas no sul do Reino Unido fecharam e desapareceram e as Rendilheiras mudaram-se para o norte de França para encontrar trabalho. Obviamente que levaram os bouledogues.

Estes cães mais pequenos eram muito populares e espalharam-se rapidamente da Normandia para Paris e os criadores ingleses tiveram um negócio muito lucrativo.

Para seguir a tendência dos cães pequenos e de forma a dar resposta aos imensos pedidos, os Franceses compraram os Bulldogs Ingleses mais pequenos disponíveis. Estes eram muito diferentes dos Bulldogs que conhecemos actualmente. Menos pesados, menos massivos, com patas mais compridas e a sua aparência aproximava-se mais dos Bouledogues Franceses ou mesmo dos Boston Terriers que hoje conhecemos.

Nos subúrbios de Paris as lutas de cães eram muito populares como entretenimento e naqueles tempos muitas pessoas tinham o chamado cão de luta para tentar ganhar algum dinheiro extra. Estes Bulldogs tinham um temperamento muito difícil.

Sensivelmente na mesma altura os chamados “cães – ratazana” (rat-dog ou chien ratier) estavam espalhados pelos subúrbios de Paris. Estes cães eram muito populares entre os cocheiros para ajudar a manter os ratos fora dos estábulos dos cavalos. Estes “cães-ratazana” tinham maioritariamente orelhas empinadas e pêlo tigrado. Ao cruzar os “cães-ratazana” com os Bulldogs Ingleses eles criaram um cão de luta ainda mais pequeno e que é finalmente como aparece o primeiro Bouledogues Francês. Como eram Franceses, mudaram Bulldog para Bouledogue mas os amantes da raça chamavam-lhe “Boule”.

A aparência braquicefálica foi intensificada com a introdução do Pug e o Lillois (um cão de pequeno porte já extinto oriundo do Norte de França).

Os Britânicos foram perspicazes e venderam as suas últimas escolhas de cachorros aos Parisienses e os Parisienses venderam-nos para os EUA para o caso de os cachorros não serem suficientemente “Boule”. Naqueles tempos difíceis só existiam duas opções: morte por afogamento ou serem vendidos para os EUA como Boston Terrier…

No séc. XIX a raça era extremamente popular no Reino Unido, nos EUA, na Alemanha, Áustria e França. Estranhamento, ou provavelmente por golpe de sorte, a raça era popular em ambas as classes trabalhadora e a classe da Alta Sociedade. Nos EUA o Bouledogue Francês era tão popular que chegou a ser retratado no Poster de 1897 do Westminster Kennel Club!

Muitas senhoras famosas e chiques mas também senhoras parisienses da noite queriam a companhia do Bouledogue Francês.

O famoso pintor Toulouse Lautrec retratou o Bouledogue Francês chamado “Bouboule” várias vezes. Este Bouledogue Francês era propriedade da Madame Palmyre, dona do restaurante “La Souris” (O Sorriso), o preferido do Lautrec.

Assim testemunhamos o desenvolvimento de uma raça magnífica que tem 2 “parentes” muito importantes.

“Bouboule”
(Henri de Toulouse-Lautrec)