A Raça

Bouledogue Francês:
uma explosão de ternura e energia

O Bouledogue Francês está a consolidar cada vez mais o seu espaço no “Top-5” das raças preferidas dos portugueses, registando-se um aumento significativo do número de ninhadas de ano para ano. Um cão pequeno e muito musculado, com uma estrutura compacta que requer cuidados específicos, para os quais os futuros proprietários têm que estar preparados. Possui um caráter sociável e vivo, brincalhão e muito carinhoso. É especialmente dedicado aos seus donos e ótimo com as crianças. Este pequeno molosso pertence ao grupo dos cães de companhia, papel que desempenha na perfeição.

O Bouledogue Francês que nós hoje conhecemos é o produto de diferentes cruzamentos que foram efetuados em meados do século XIX na região de Paris. De referir que é a única raça de cães originária de Paris.

Foto: Klaudia Senator

Fixação da raça

O primeiro Clube da Raça foi fundado em Paris, em 1880. O primeiro registo de inscrição data de 1885 e o estalão foi estabelecido em 1898, ano em que a Sociedade Central Canina Francesa reconhece a raça Bouledogue Francês. Um exemplar da raça aparece pela primeira vez numa Exposição Canina em 1887.

A expansão do Bouledogue Francês teve imenso sucesso em muitos países, e manteve-se em destaque até à II Guerra Mundial, período em que quase desapareceu. Foi a partir da década de 50, que se recuperou de novo o interesse pelo desenvolvimento da raça.

O estalão foi evoluindo ao longo dos anos, e a última alteração ao Standard de Origem em vigor da Federação Cinológica Internacional (Standard FCI nº 101), é de 17 de abril de 2015.

Aparência geral

É um cão possante para o seu pequeno tamanho, curto e compacto em todas as suas proporções. O pelo é curto e suave. Possui uma face curta, nariz chato, orelhas eretas e uma cauda naturalmente curta.

Deve ter a aparência de um animal ativo, inteligente, muito musculado, de construção compacta e com uma estrutura óssea sólida.

A altura ao garrote nos machos é entre os 27 cm e os 35 cm e nas fêmeas entre os 24 cm e os 32 cm. O peso dos machos é entre os 9 kg e os 14 kg, e nas fêmeas entre os 8 kg e os 13 kg.

Cores NÃO aceites

Exemplares de pelagem azul (cinzento muito claro), castanha ou preto fogueado (tipo Rottweiler) estão excluídos do estalão da raça.

Como tal, não é admitido o registo de exemplares destas cores em todos os países membros da FCI e os exemplares apresentados em Concursos ou Exposições Caninas são desclassificados.

Estão a aparecer cada vez mais indivíduos a tentarem comercializar cachorros com pelagens “exóticas” a preços elevados. Os futuros compradores devem estar atentos a esta realidade, porque as fraudes são comuns.

Cores

O Bouledogue Francês apresenta uma bonita pelagem curta, lisa, muito densa, brilhante e macia. A nível de cor é uniformemente fulvo (fawn), tigrado (brindle) ou não, ou com manchas limitadas. Fulvos, tigrados ou não, apresentando manchas brancas de tamanho médio ou predominantes (pied).

Todas as variedades de fulvo são admitidas, desde o “vermelho” ao “bege” (café com leite). Os cães totalmente brancos são classificados como “tigrado ou fulvo com manchas predominantemente brancas”.

Quando um cão apresenta um nariz muito escuro e olhos escuros rodeados por pálpebras escuras, certas despigmentações da face podem ser excecionalmente toleradas em exemplares muito bonitos.

Temperamento

Uma das suas principais características é o seu charme fantástico e inigualável. É sociável, alegre, brincalhão, desportista e entusiasta. Particularmente afetuoso com os seus donos e com crianças.

A maior qualidade do Bouledogue Francês é a enorme afetividade que tem por todos os que o rodeiam, mas torna-se evidente, desde muito cedo, a dedicação a apenas um dos elementos da família, “o seu dono”. Este amor exclusivo é especial e único, e pode tornar-se ciumento e possessivo. Para manter um comportamento equilibrado é essencial uma boa educação desde cachorro.

Adora, particularmente, crianças. Entusiasma-se de tal forma nas brincadeiras com os mais pequenos que é frequente sermos obrigados a refrear um pouco tanta excitação. Por outro lado, o seu comportamento permite-nos dizer que tem o temperamento ideal para fazer companhia a pessoas mais idosas, pois sabe igualmente mostrar-se calmo e carinhoso, e não dispensa uma boa sesta no sofá, sempre perto do seu dono.

Educação e treino

Após a chegada do cachorro à sua nova casa, devemos deixá-lo familiarizar-se com o seu novo espaço. Normalmente, a adaptação é fácil e fica concluída em poucos dias. No entanto, neste período de descoberta, não devemos deixá-lo fazer não importa o quê, com a desculpa de que é um bebé. Ele perceberá muito rapidamente a diferença entre o que é ou não permitido.

Uma vez integrado na sua nova casa, devemos começar por ensiná-lo a responder à chamada, isto é, a vir ter connosco quando o chamamos. A seguir, habituá-lo a obedecer a algumas ordens simples. Estas devem ser breves e transmitidas num tom vigoroso, recorrendo a palavras curtas que favorecem uma rápida memorização, tais como: “Não!”, “Senta!”, “Deita!” e “Aqui!”. E ao serem executadas, não nos devemos esquecer de felicitar o nosso cão.

O asseio deve igualmente fazer parte da educação do nosso cachorro desde o início. Ao princípio, e antes de completar o seu programa de vacinação que permitirá em segurança sair do espaço protegido de riscos bacterianos e virais, que é a sua casa, devemos habituá-lo a fazer as necessidades em cima de um jornal ou resguardo. Quando tiver todas as vacinas, deve iniciar-se a transição do jornal para a rua.

Logo que possível, devemos proporcionar ao nosso cão um pequeno passeio após as refeições, para que, no local escolhido, que também nós o vamos ensinar a procurar, efetue as suas necessidades. Logo que o concretize, deve ser felicitado calorosamente. No entanto, este não é o momento indicado para interromper o passeio. Se ele associar o resultado obtido com o fim do passeio, vai atrasar o objetivo da saída, de modo a reter o mais possível o regresso a casa.